domingo, 17 de janeiro de 2010

Espacio Atlántico

Acabei de chegar de Vigo onde visitei a Espacio Atlántico, a nova feira de arte contemporânea que, neste novo modelo reuniu meia centena de galerias espanholas e portuguesas. Não sei se a feira correu bem no campo que interessa às galerias (as vendas), mas de certeza que correu bem para os artistas e principalmente para que a visitou. Gostei bastante do que vi, uma feira bem organizada, stands de tamanho considerável, adequados à exposição de diferentes tipos de trabalhos, sem aquele tipo de música ambiente irritante, característico de feiras, bons artistas e bons trabalhos. Para além dos trabalhos que partilho aqui, alguns dos que me chamaram mais à atenção, fiquei bastante agradado com a presença de alguns trabalhos de fotógrafos que sigo, Robert Mapplethorpe, Nan Goldin, Ellen Kooi, Paulo Nozolino, ...
Fiquem com algumas imagens.






Adriana Lopez Sanfeliu - Títulos vários; Fotografia gelatina de prata, 2007.
Paola de Grenet - Série "Albino Beauty"; Títulos vários; Fotografia lambda cor.


Samuel Salcedo - "Night"; Resina de poliester, pó de alumínio e ferro; 2010.
Efraïm Rodriguez - "Martí"; Madeira de sicómoro pintada; 2009.


Marcos Juncal - "Chupe-tin" e "Montando a Paco"; 2009.
Albuquerque Mendes


Marc Quintana - "Solo Project".
Pilar Alonso - "Desencanto"; Aguarela sobre seda montada em madeira; 2009.


Pamen Pereira - "This is a love story"; Botas e borboletas de madeira; 2009.
Miguel Soares - "Leon Night; Luz Neon; 2007


Jose Freixanes - "Los que veranean"; Técnica mista sobre tela, 2007.
Starsky Brines


José de Guimarães
José de Guimarães


Lino Lago - S/T; Óleo sobre tela; 2010.
Lino Lago - S/T; Óleo sobre tela; 2010.

Fotografia © Nuno Ferreira
É permitida a reprodução apenas para uso pessoal e educacional. O uso com fins comerciais é proibido.
Photography © Nuno Ferreira
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

E o Nun'Álvares volta à vida

Ainda há pouco tempo tinha estado aqui a escrever sobre a saída da Medeia Filmes do cinema Nun'Álvares quando descobri que este tinha voltado há vida pelas mãos da Malayka Filmes e Elias Macovela, o empresário por trás disso tudo, ligado também à Pantheon Entertainments. Espero realmente que o projecto tenha sucesso e que o Nun'Álvares possa ter muitos mais anos de vida. A sala mantêm-se igual, mas o sistema de som e de projecção está completamente renovado pelo que pude perceber. Aliás, a sala tem 3D. O filme de estreia é nada mais nada menos que o AVATAR de James Cameron e sinceramente, fiquei bastante satisfeito coma qualidade da projecção, do som, dos óculos, de tudo. E o melhor foi ter a sala só para mim. Sei que isso não é bom para o negócio e espero ver cada vez mais gente nas sessões, mas confesso que ver o AVATAR, no Porto, em 3D, com a sala só para mim era coisa que não me passava pela cabeça. Para além de filmes mais "comerciais", o novo Nun'Álvares promete uma programação igualmente preenchida por cinema alternativo, seja independente, europeu ou afins. Aguardo com expectativa a programação que se segue.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Sítio das Coisas Selvagens

Que belo começo de ano aqui para o aRT alonG the aGes. Hoje, depois de um exame de Gestão do Património, e um breve salto à Casa Oficina António Carneiro, apeteceu-me enfiar-me numa sala de cinema. Não podia ter feito melhor. A escolha entre as estreias do dia recaiu neste "O Sítio das Coisas Selvagens". Simplesmente fabuloso. Para começar, a banda sonora por Karen O and the Kids acompanha-nos do inicio ao fim do filme e é genial. Fez-me pensar no tempo em que eu vibrava com as "original sound tracks" dos filmes que via. Deixei-me disso nos últimos tempos, mas esta fez-me querer comprar o CD. Depois temos Max Records no papel de "Max", o protagonista do filme e único actor de carne e osso no ecran durante a maior parte do tempo. Uma interpretação segura, sem nada a apontar. Os "seres" que ele encontra numa ilha, o sítio das coisas estranhas, são realmente interessantes e após os primeiros minutos que necessitamos para nos habituar-mos a eles, um misto de muppets e animatronics, surgem-nos como seres reais, que respiram, que sentem, que amam e sofrem. Fazem-me querer que nunca se perca esta forma linda de fazer animação. O digital é fabuloso mas aqui sinto magia a acontecer. A relação destes "seres" com Max, não me parece ser mais do que um "loop" dos primeiros 10 minutos do filme e do que ele experimentou na "vida real". Mas isso só descomplica o filme e permite-nos baixar as defesas e viver a estória. Permite-nos criar uma relação de empatia com a complexidade de sentimentos e estados emocionais que precipitam-se para um "angst" crescente e a inevitável ruptura de forma a fazer-nos avançar e levar Max de volta a casa. O momento da partida de Max da ilha é sem dúvida emocionalmente gritante, em toda a acepção da palavra, e não resisti a permiti-me partilhar a dor daqueles uivos, num lamento profundo de Carol, uma das personagens fantásticas, que não é mais do que o espelho de Max naquele mundo. Emocionei-me e não tenho vergonha de o dizer. Resumindo, o filme é delicioso ainda que agridoce. No fundo é aquele "bitter-sweet" que eu gosto. Bem realizado, excelente fotografia, boa música, tudo bom. A não perder.