É já no próximo sábado, 7 de Novembro, a próxima ronda de inaugurações simultâneas em Miguel Bombarda. Pela época em questão posso antever que aí vem mais um período de saldos, com as galerias a fazerem colectivas para que os generosos compradores, imbuídos de espírito natalício, possam escolher à vontade as prendinhas para os seus entes queridos. Por norma a escolha é facilitada com uma grande variedade de artistas representados e com preços medianos (à imagem de muitos dos trabalhos presentes). Por norma as inaugurações de Novembro são sempre as menos interessantes. Espero estar enganado este ano, mas sinceramente duvido. É a crise. É o actual estado do mercado de arte. Quem esteve presente na conferência do passado sábado "Que mercado para a arte em tempo de crise" pode validar essa sensação. Ali, a voz mais forte a se manifestar foi sem dúvida a de Albuquerque Mendes. O artista deve produzir. Ponto. A crise e o mercado que se danem. Quem quer produzir e expor consegue-o, nem que seja na rua.
O que se repete todos os "Novembros" em Miguel Bombarda só interessa às galerias que querem escoar os trabalhos em carteira e fazer mais algum dinheiro. Não creio que interesse ao artista, porque arte não se vende como hortaliça, nem aos compradores que encontram trabalhos de segunda linha. A ver vamos...
Já agora, porquê a insistência que encontro no cartaz na "arte contemporânea"? Se uma das galerias resolver apostar (uiii, a loucura) em arte moderna, naif, sacra, whatever, não o pode fazer? É banida do circuito? E pensando bem, será que todas as galerias que estão no circuito expõem arte contemporânea? Ou simplesmente arte?
Já agora, ponto dois. Onde anda a animação e as bebidas grátis espalhadas pelas galerias? Anda mesmo uma crise muito grande por aí... para arranjarmos um whisky ou um simples Porto temos que fazer meia maratona. Até a exposição mais simples faz questão num Porto de Honra. Onde pára a Famous Grouse??? Até pode ser a Cutty Sark... ou o J&B... ou o Johnnie Walker... enfim. Get the picture?
Pronto, não provoco mais... desculpem lá qualquer coisinha, como dizia o outro.
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