quinta-feira, 25 de junho de 2009

Deixa-me entrar: matar para sobreviver

Para quem ainda não foi ver aconselho vivamente. Quem pensa que a Suécia é só a terra de exportação dos Abba e do Ikea engana-se redondamente. O "Deixa-me entrar" é um filme despreocupado, sem grande produção e calculo que sem grande orçamento. Contudo é na sua simplicidade, na luz suave da manhã, no frio da neve que cai e na ingenuidade de Oskar que este filme se revela. Que par mais perfeito de que um miúdo de 12 anos, inteligente mas um pouco inocente, vitima de "bullying", e uma miúda que afinal não é miúda mas sim um(a) vampiro? O primeiro deseja matar quem o tortura (se bem que só toma consciência disso mais tarde). A segunda mata porque precisa de o fazer. Um homem que se sacrifica por ela. Um trio de "bullys" que não são apenas um cliché. Os vizinhos iguais a tantos outros e com as suas estórias que apenas vislumbramos.
Ao ver o filme não consegui deixar de me sentir ligado aquelas personagens. Porque aqueles 12 anos do Oskar foram os meus. Porque às vezes mato para sobreviver. Porque às vezes faço coisas pressionado pelos outros. Porque às vezes me sinto só e procuro o conforto em algo ou em alguém, nem que seja um vampiro. Porque ainda sonho e me emociono. Porque ainda vejo o mundo com os olhos de um miúdo de 12 anos. Porque sou eu.

1 comentário:

  1. Li hoje um apontamento na Notícias Magazine sobre a edição em DVD deste filme. Aparentemente já está disponível em venda directa. É uma alternativa para quem não viu no cinema.

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