domingo, 26 de setembro de 2010

Évora - Museu de Évora

Ao passarem pela cidade de Évora não dispensem uma visita ao Museu daquela cidade, o Museu de Évora, detentor de inúmeras peças de excelente qualidade, instalado no edifício do antigo Paço Episcopal desde 1926. Fui lá atraído pela exposição "Rostos de Roma", e ainda bem que lá fui pois, não obstante a boa qualidade dessa exposição, a permanente do museu é fabulosa. No piso térreo destacam-se as peças de escultura e arqueologia, em especial a fúnebre e religiosa. Subindo ao primeiro piso, entramos numa série de espaços reservados à pintura, onde destaco as várias peças oriundas dos sécs. XV a XVIII, de pintores como Gregório Lopes, André Gonçalves, Domingos António de Sequeira, Marcello Leopardi, Martin de Vos, Álvaro Pires de Évora, Josefa de Óbidos, entre outros. Com grande destaque é apresentado o excelente retábulo flamenco proveniente da Catedral de Évora, constituído por 13 painéis, acrescidos de mais 6 oriundos do mesmo espaço. O museu pode ser visitado de quarta-feira a domingo, entre as 10:00 e as 18:00, e tem um custo de entrada de 4€. Aos domingos e feriados até às 14h as entradas são gratuitas. Aproveitem.


Tomada de vista do piso térreo
Túmulo


Cenotáfio do Bispo D. Afonso de Portugal
(Mármore - Nicolau de Chanterene - Séc. XVI)
Cristo
(Terracota - Séc. XVI)


Bernardim Ribeiro
(Mármore - António Alberto Nunes - 1891)
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(Mármore)


Tomada de vista do 1º piso
Tomada de vista do Retábulo Flamenco do Museu de Évora


Santo Ambrósio
(Óleo sobre Tela - Marcello Leopardi - 1794)
Santo Agostinho
(Óleo sobre Cobre - Marcello Leopardi - 1794)


A Virgem e o Menino entre S. Bartolomeu e S. Antão sob a Anunciação
(Têmpera e Ouro sobre Madeira - Álvaro Pires de Évora - c. 1410)
Adoração dos Pastores
(Óleo sobre Madeira - Gregório Lopes - 1544)


Agnus Dei
(Óleo sobre Tela - Josefa de Óbidos - c. 1660-70)
Última Ceia (detalhe)
(Óleo sobre Madeira - Martin de Vos - c. 1570)


Sagrada Família
(Óleo sobre Tela - Josefa de Óbidos - 1674)
Justiça de Salomão (detalhe)
(Óleo sobre Cobre - 1ª metade séc. XVII)


A Sagrada Família (detalhe)
(Óleo sobre Tela - André Gonçalves - c. 1750)
Comunhão de Santo Onofre (detalhe)
(Óleo sobre Tela - Domingos António de Sequeira - 1799)

Fotografia © Nuno Ferreira
É permitida a reprodução apenas para uso pessoal e educacional. O uso com fins comerciais é proibido.
Photography © Nuno Ferreira
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sábado, 11 de setembro de 2010

Girls & Boys and their Toys

Como já tinha publicado aqui, estou a trabalhar num ensaio fotográfico, cuja génese foi a proposta de elaboração de uma campanha pela Igualdade de Género a publicar na Revista Espaço Con(tacto). Este número da revista será um número especial dedicado ao tema da Igualdade de Género no seguimento do projecto do Espaço T "+ Igualdade". O ensaio fotográfico não se resume à campanha sendo a minha proposta dessa mesma campanha um produto resultante de um processo criativo em curso, para o qual já realizei algumas imagens. No entanto estou à procura de mais modelos para o ensaio. As crianças deverão ter entre os 4 anos e os 10 anos, havendo alguma flexibilidade quanto a isso. Procuro meninos e meninas e o conceito é, como podem ver, fotografar as crianças com brinquedos associados por norma ao género oposto, de preferência brinquedos próprios, ou seja, brinquedos com os quais as crianças fotografadas já gostem de brincar e que não sejam apenas para a fotografia.
Podem contactar-me através deste blog, através do facebook ou por email.
Abraço a todos/as.







Fotografia © Nuno Ferreira
Toda e qualquer reprodução é proibida.
Photography © Nuno Ferreira
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Porto - Bodies Revealed

Visitei recentemente a exposição "Bodies Revealed - O Corpo Humano como nunca o viu" no edifício da Alfandega do Porto e como já suspeitava, duas coisas são dignas de referência. A primeira é o preço pouco atractivo. Infelizmente já estava preparado para isso, pois em Portugal nem a cultura nem a educação são baratas. Mas preços entre os 11.5€ e os 13.5€ (bilhete normal) parecem-me nitidamente desfasados da realidade nacional, em especial se atentarmos à própria exposição. Já agora, apenas para comparação indico que o custo de entrada no Museu Nacional de Arte Antiga ou no Museu de Serralves é de 5€. Para visitar o Museo Nacional del Prado paga 7€ e para visitar o Musée du Louvre são 9.5€.
E isto leva-nos à segunda coisa a apontar, e talvez a mais importante, a própria exposição. Não me fascinou. É certo que o método de tratamento dos corpos e órgãos apresentados é sofisticado e não deve ser barato, mas o resultado final não é muito diferente do que resultaria no uso de outros materiais para a recriação dos mesmos. Aliás, o ar plástico (ou plastificado) que dali resulta isso parece comprovar. Ainda me dei ao trabalho de pesquisar a web e descobri que a exposição também está patente ao público em Sacramento, nos Estados Unidos. Já nem me dei ao trabalho de pesquisar mais a ver se ainda está patente noutros lados. O que deu para perceber é que existem várias peças e podem ser apresentadas em diversos locais. Muito bem. Mas as imagens que se vêem no site da exposição (a tal que indica estar patente em Sacramento) revela uma disposição bem mais interessante das que estão no Porto. Pelas imagens apercebemos-nos de uma encenação bem criada à volta dos espécimes expostos, simulando movimentos e acções. Os daqui parecem monos. Apenas um espécime no final da exposição aparece sentado junto de uma mesa simulando a leitura de uma revista. Todos os outros estão simplesmente colocados ali, sem muitos cuidados estéticos. E isso interessa a quem visita e paga para ver uma exposição. Não sei se ali há curadoria ou não, até porque não é uma exposição de arte, mas então não faz sentido quererem apresentar este projecto como um misto disso. Há referências a imagens projectadas nas paredes e chão, de cunho artístico. Devo referir que algumas nem se conseguem perceber com o sistema de iluminação a "apagar" essas mesmas projecções. Em pelo menos uma das vitrinas há a referência a elementos que não estão expostos. Perderam-se na montagem? Enfim...
Ora bem, com isto não quero dizer que não vale a penar visitar a exposição. Do ponto de vista educativo está bem montada e será sempre produtivo a visita. E quem produz a exposição até foi simpático e reduziu o custo de entrada para uns singelos 7.5€ por aluno nas visitas escolares. Tudo bem, será visitar esta exposição ou fazer a viagem anual a qualquer lado. São 300€ para 40 alunos, mais ou menos o que custa alugar um autocarro para visitar a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto ou o Parque Natural de Peneda Gerês. Mas pronto. Se quiserem mesmo muito, vale a pena.

PS: Quem conhecer espaços no Porto (ou arredores) com este tipo de elementos pode indicar. Por exemplo lembro-me que o Museu do Instituto de Medicina Legal aqui no Porto tem alguns espécimes bem interessantes. De certeza que as escolas de Medicina também os devem ter.

domingo, 5 de setembro de 2010

Porto - Sé Catedral

Confesso que já tardava uma visita a sério à Sé Catedral do Porto. Este fim-de-semana arrumei com a questão e ainda bem que o fiz. Que belo espaço aquele. O início da sua construção data da primeira metade do século XII, anterior mesmo à nacionalidade portuguesa, e prolongou-se até ao princípio do século XIII. O edifício, em estilo românico, foi sofrendo muitas alterações ao longo dos séculos. Da época românica datam o carácter geral da fachada com as torres e a rosácea, além do corpo da igreja de três naves coberto por abóbada de canhão. A abóbada da nave central é sustentada por arcos botantes, sendo a Sé do Porto um dos primeiros edifícios portugueses em que se utilizou esse elemento arquitectónico. Uma chamada de atenção é necessária para a associação ao Gótico, até porque o estilo entra tardiamente em terras ibéricas, permanecendo até bem mais tarde do que no resto da Europa. Na época gótica construiu-se a capela funerária de João Gordo, cavaleiro da Ordem dos Hospitalários e colaborador de D. Dinis. Igualmente Gótico temos o claustro (séc XIV-XV), construído no reinado de D. João I e que viria a casar com D. Filipa de Lencastre na Sé do Porto em 1387. O exterior da Catedral sofre inúmeras modificações na época Barroca. Por volta de 1772 construiu-se um novo portal em substituição do românico original. As balaustradas e cúpulas das torres são igualmente barrocas. Cerca de 1736, o arquitecto italiano Nicolau Nasoni adicionou uma esplêndida galilé barroca à fachada lateral.
Avançando para o interior da igreja, à esquerda da capela-mor encontra-se um magnífico altar de prata, construído na segunda metade do século XVII. No século XVII a capela-mor original, românica (que era dotada de um deambulatório), foi substituída por uma maior em estilo barroco. O altar-mor, construído entre 1727-1729, é uma importante obra do barroco joanino, projectado por Santos Pacheco e esculpido por Miguel Francisco da Silva. As pinturas murais da capela-mor são de Nasoni. O transepto sul dá acesso aos claustros do século XIV e à Capela de São Vicente. Uma graciosa escadaria do século XVIII de Nasoni conduz aos pisos superiores, onde os painéis de azulejos exibem a vida da Virgem e as Metamorfoses de Ovídio.
Deixo-vos com um pequeno vídeo que montei com alguns apontamentos do espaço e com as imagens da praxe.





Capela-Mor


Altar de Prata


Capela S. João Batista


Claustro


Sacristia


Sacristia


Capela de S. Vicente


Capela de S. Vicente | Jesus entre os Doutores
Capela de S. Vicente | Última Ceia


Capela de S. Vicente


Capela de S. João Evangelista


Sino do Relógio da Cidade (1697 - Manuel Ferreira Gomes)


Sala Capitular (tecto)


Sala Capitular | Maria com o Menino Jesus - séc. XVII (detalhe)
Sala Capitular | Senhora da Natividade - séc. XVII (detalhe)


Ante-Cabido | Anjo Gabriel (detalhe)
Ante-Cabido | Santo António com o Menino (detalhe)


Tesouro | Custódia
Tesouro | Custódia + Carneiro Místico


Tesouro

Fotografia & Vídeo © Nuno Ferreira
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Photography & Vídeo © Nuno Ferreira
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