sábado, 26 de junho de 2010

Porto - Museu Romântico da Quinta da Macieirinha

Hoje vou aproveitar a oportunidade para vos falar um pouco do Museu Romântico da Quinta da Macieirinha. Tive recentemente a oportunidade de voltar a este espaço fabuloso, em pleno coração da cidade do Porto, devido ao pedido de colaboração de uma amiga num projecto que mais tarde divulgarei aqui. Inaugurado em 1972, este museu recria ambientes do século XIX, ligados ao romantismo e à cidade do Porto. A casa, do século XVIII, tem vistas amplas sobre o rio Douro e situa-se nas imediações do Palácio de Cristal, podendo ser inclusivamente acedida através deste. Nas proximidades podemos ainda encontrar a Casa Tait e o Solar do Vinho do Porto. A Quinta de Sacramento ou das Macieiras onde está instalado o Museu, sabe-se que pertencia em 1849 à família Pinto Basto, antigos proprietários da Vista Alegre. Motivo de interesse é o facto do Rei Carlos Alberto do Piemonte (Sardenha, Itália) ter nela permanecido,em 1849, no seu brevíssimo tempo de exílio em Portugal, entre 14 de Maio e 28 de Julho, data da sua morte.
Passados mais de cem anos, a Câmara Municipal do Porto, que entretanto adquirira a casa e terrenos, decide instalar ali o Museu Romântico, dedicando-o à memória do Rei e à burguesia do Porto, que teve um papel preponderante no século XIX, no campo cultural, político e económico.
Naquele espaço podemos encontrar alguns ambientes recriados tais como os da entrada, da sala de visitas e da sala de jantar, uma sala de bilhar, a sala Romântica, o gabinete do coleccionador, uma capela, um quarto de vestir e um quarto de dormir, um quarto de criança e uma sala de baile.
Deixo-vos com algumas imagens para vos aguçar a curiosidade.



















Fotografia © Nuno Ferreira
É permitida a reprodução apenas para uso pessoal e educacional. O uso com fins comerciais é proibido.
Photography © Nuno Ferreira
Permission granted to reproduce for personal and educational use only. Commercial copying, hiring, lending is prohibited.

sábado, 19 de junho de 2010

José Saramago

Última hora: Morreu José Saramago. Foram estas as palavras no ecrã de uma televisão muda que, correndo ao longo do monitor, informavam quem ali estava da notícia da morte do escritor. E não queria deitar-me sem escrever aqui algumas palavras de pesar. Saramago entrou na minha vida alguns anos após a entrada na vida de muitos portugueses aquando do infeliz incidente "Sousa Lara". Infelicidades à parte, lembro-me de ter arriscado ler "O Memorial do Convento" alguns anos depois, teria eu uns 18 anos, mais ano, menos ano. E lembro-me de ter gostado muito. Confesso que lutei com as primeiras 10 páginas, mas depois deixei-me levar pela estória, pelas personagens, por Saramago. Foi como o entrar numa Catedral, em que os primeiros instantes são de escuridão até nos habituarmos à luz reduzida, para depois nos maravilharmos com o interior majestoso, com a talha dourada, com os vitrais, com as esculturas, com o silêncio e com os ruídos. Acho que os livros de Saramago também vivem de silêncios e de ruídos.
Tive apenas o prazer de o ver uma vez, em terras americanas, por estranho que pareça. Saramago andava por lá em apresentação do "Todos os Nomes", recém traduzido para inglês, alguns anos após o Nobel. E o auditório estava cheio. De pé encostado à parede atrás da última fila segui a conferência num misto de matar saudades de casa e recordar o livro lido pouco tempo antes. Aliás, "Todos os Nomes" foi o segundo livro que li dele. Muitos me faltam ler. Tempo haverá para isso. Saramago é intemporal pelo que, se tiver que ser, hei-de acabar de o ler aos 87, a idade do escritor à data da sua morte. Até sempre Saramago. Não é um adeus, pois Saramago existirá sempre em cada página da sua obra.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Festa na Baixa

Começa amanhã mais uma edição da "Festa na Baixa". Entre os dias 16 e 19 de Junho, 113 instituições, entre museus, associações, galerias, lojas, restaurantes, cafés e igrejas, serão palco das mais diversas propostas culturais. Este ano teremos um concerto que terá o seu início pelos Clérigos e que terminará pela estação de S. Bento, um espectáculo de guitarra num antiquário, um piquenique com música dos anos 90, entre muitas outras propostas numa iniciativa do Centro Nacional de Cultura com o apoio da Câmara Municipal do Porto.


De acordo com o Jornal de Notícias:

"Ao todo, são mais de 20 concertos, 30 exposições, visitas guiadas e conferências que decorrerão na Baixa do Porto. Durante os quatro dias do evento, é certo que também haverá descontos e preços especiais em cafés e restaurantes da cidade, assim como oferta de estacionamento, a partir das 16 horas, no centro comercial Via Catarina.

“A Cultura, não sendo popular, visa ir ao encontro das pessoas de uma forma acessível e orgânica”, reiterou o director do núcleo norte do CNC, realçando da programação alguns dos espectáculos que vão acontecer na rua, como o do Quarteto de Trompetes do Conservatório de Música do Porto, que se apresenta depois de amanhã, às 14 horas, junto à entrada do Via Catarina, na Rua de Santa Catarina.

“Esta iniciativa desmistifica a ideia de que a Cultura é um acto de elites. A Cultura deve ser um acto normal da vida”, acrescentou Oliveira Fernandes.

Da programação do “Festa na Baixa”, que tem início amanhã com a sessão de abertura, às 18 horas, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, na Praça de Carlos Alberto, segue-se o concerto “Ao som das palavras” (19 horas), no átrio da Câmara do Porto.

Das várias “expressões de celebração”, destaque ainda para a actuação do coro Mille Voci que, às 19.30 horas de quinta-feira, começa o espectáculo junto à escadaria da Igreja dos Clérigos e depois segue em itinerância até ao Largo dos Lóios, terminando o concerto no átrio da estação de S. Bento.

De resto, outro dos momentos altos da programação realiza-se no sábado, às 15 horas, com um piquenique nos jardins do Palácio de Cristal. “Além da música dos anos 90 haverá comes e bebes, feira de segunda mão e actividades diversas para todos os públicos. Veste roupa confortável, sapatinho de baile e vem dançar connosco tarde fora”, diz uma nota da programação. O evento durará até à meia-noite e tem entrada livre.

Guitarras no meio de antiguidades

Um concerto de guitarra numa loja de antiguidades é uma das propostas da “Festa na Baixa”. A “Antiqualha”, na Rua de Cedofeita, recebe amanhã, às 14 horas, os alunos do Conservatório de Música do Porto que pretendem oferecer 40 minutos de música.

“Fazem falta iniciativas deste género, que contrariem a tendência de ir para os centros comerciais. As pessoas desabituaram-se a vir à Baixa”, afirmou Eugénia Valente, dona da “Antiqualha”.

Há cinco anos que a loja de restauro mobiliário e de comércio de peças antigas participa na iniciativa. Na sexta-feira, às 18 horas, haverá outro concerto no estabelecimento,a cargo do Quarteto de Saxofones.

Em simultâneo com os espectáculos, a loja vai expôr uma coleccão de livros antigos do século XVIII. “Antigamente os clientes é que nos procuravam, agora, temos de ir lá fora chamá-los”, concluiu Eugénia."


Deixo-vos o link para o programa:
PROGRAMA FESTA NA BAIXA