sábado, 28 de novembro de 2009

Feira Nacional de Antiguidades e Livro Antigo

Inaugurou ontem no Edifício da Alfandega do Porto a Feira Nacional de Antiguidades e Livro Antigo. Eu ainda não tive a possibilidade de passar por lá mas amanhã devo conseguir fazer a visita. Amanhã podem visitar a feira entre as 15:00 e as 24:00. Na segunda-feira abre um pouco mais tarde, pelas 17:00 e na terça fecha um pouco mais cedo, pelas 20:00. Para apreciadores. Deixo aqui um convite enviado pela in-libris que pode ser impresso e vale para duas pessoas.

Braga - Museu D. Diogo de Sousa

Na minha recente ida a Braga, aproveitei para visitar pela primeira vez o Museu D. Diogo de Sousa, um museu de arqueologia aberto ao publico há cerca de dois anos. O espaço é interessante e reúne uma série de artefactos dignos de ver. Ao chegar ao espaço fomos convidados a visitar a exposição temporária dedicada aos 20 anos da queda do muro de Berlim. Após essa visita seguiu-se a visualização de um pequeno vídeo sobre o museu, visualização essa feita num auditório de tamanho considerável e que deixa antever um potencial enorme para a realização de inúmeras actividades. A visita prossegue passando por um grande corredor com um friso dedicado a D. Diogo de Sousa e ao museu terminando na entrada para a primeira sala da exposição permanente que abarca o período compreendido entre o Paleolítico e a Idade do Ferro. As peças aqui reunidas provêm da região minhota. As três salas seguintes reúnem peças oriundas da área de Bracara Augusta e arredores. Na segunda sala são apresentados objectos de cerâmica, metal e vidro enquanto testemunhos da integração da cidade no Império Romano. Descendo ao piso inferior chegamos às salas 3 e 4. Na terceira sala encontramos informação relativa à metodologia de escavação e estudo de projecto de arqueologia urbana e as colecções associadas ao espaço doméstico. Na quarta sala podemos ver um bom conjunto de miliários provenientes das vias e alguns túmulos e outros espólios das necrópoles circundantes. Continuando o percurso, percorrendo um segundo corredor, agora em sentido contrário ao primeiro, chegamos à zona da loja do museu que apresenta até ao fim do ano uma feira do livro com descontos entre os 20 e os 80%. Vale bem a pena voltar lá em Dezembro para algumas prendas de Natal (e para aumentar a biblioteca pessoal). Num espaço exterior temos acesso à cave de um dos edifícios deste espaço, onde se encontra vestígios de uma habitação romana, "in situ", com o piso em mosaico. No mesmo espaço esta actualmente patente uma exposição de pintura de Pintomeira que termina a 29 de Novembro. Como sempre, deixo-vos com algumas imagens.











Fotografia © Nuno Ferreira
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Photography © Nuno Ferreira
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Novas da Negra Sombra

Está patente ao público no Museu Nogueira da Silva, em Braga, a exposição "Novas da Negra Sombra" e pode ser visitada até ao dia 30 de Dezembro. Esta exposição apresenta o trabalho de 8 novos artistas, recém graduados pela Faculdade de Belas Artes de Pontevedra - Universidade de Vigo. Escreve Xosé M. Buxán Bran na brochura que acompanha a exposição que o conjunto de obras apresentadas aspiram a dar a conhecer aos visitantes criações inéditas e recentes das novas gerações da arte galega. Vai mais adiante ao referir que este "rito de passagem internacional", ao passar por Braga projecta sobre a velha cidade episcopal uma inusitada sombra de empenho juvenil, ilusão e esperanças no futuro. Ora bem, por um lado aprecio o espírito confiante posto sobre o projecto, sobre a mostra em questão. Deixa-me também ainda mais curioso sobre a Feira de Arte de Vigo que se avizinha. Contudo, por outro lado lamento a referência à velha cidade episcopal como se Braga necessitasse de uma lufada de ar fresco vinda da Galiza. Tenho ido a Braga com alguma frequência e parece-me uma cidade bem estruturada, com bastante oferta cultural, dinâmica, jovem como não podia deixar de ser com a Universidade do Minho a impor-se como instituição de referência, já não só a nível local, como nacional e até Ibérico. Seja como for, se estiverem por Braga visitem a exposição.

(imagem superior)
PILAS, Fugitivos e Ingénuos, 2006. (detalhe)
Técnica mista sobre madeira recortada



FABIÁN PIÑERO, Ali-N, 2009.
Marcador, acrílico e ceras sobre cartão e cartolina

Mª COVADONGA BARREIRO, Construção de si mesmo (Impossíveis I, II, III e IV), 2007. (detalhe)
Fotografia sobre alumínio.

sábado, 21 de novembro de 2009

The Water Babies

Descobri este livro no meio de muitos outros, na feira organizada pela EMAUS no Pavilhão Rosa Mota. Tento sempre visitar estas feiras na esperança de encontrar algo de interesse, quer seja um livro, uma gravura, uma fotografia, ou mesmo uma peça de mobiliário ou de decoração. Desta vez, entre algumas peças que trouxe, veio esta cópia em inglês do livro "The Water Babies", um romance para crianças, de Charles Kingsley, publicado em 1863 e que se tornou uma referência até aos anos 20 do século passado. Fazendo-lhe uma introdução breve, a estória começa com Tom, um limpa chaminés, que ao cair num rio é transformado num "bebé d'água". O livro aborda a temática da redenção cristã, ao mesmo tempo que incide na forma como Inglaterra trata os seus pobres e sobre as questões do trabalho infantil. Avançando, o que me levou a compra-lo foram as ilustrações de Charles Mozley, que são simplesmente deliciosas, se bem que algumas me fazem lembrar a rudeza delicada de Paula Rego. Numa pesquisa rápida pela web encontrei uma versão online igualmente ilustrada, desta feita por Jessie Willcox Smith. As ilustrações são em menor número, mas de uma qualidade fabulosa. Se tivesse ambas as cópias disponíveis não sei qual escolheria, ainda que se estivessem ao preço da que adquiri, comprava as duas sem hesitar. Para quem quiser ler o livro deixo o link para a tal versão online. Estão lá as ilustrações de Willcox. Convosco deixo algumas das ilustrações de Mozley.



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Súplica de Inês de Castro

Até 29 de Novembro, esta obra de Vieira Portuense pode ser vista no Museu Nacional Soares dos Reis. Eu só esta semana é que consegui passar lá para a ver e digo-vos que a imagem que aqui apresento é apenas uma pálida representação do original. Estive largos momentos a observar aquela pintura, que por sorte está em mãos do Estado Português. Sabe-se que Vieira Portuense, regressado de Inglaterra, trabalhou para a Monarquia Portuguesa e pintou este quadro para o Palácio da Ajuda. Calcula-se que quando a corte foge para o Brasil, em plenas invasões francesas, terão levado este quadro, entre muitas outras obras de arte. O Palácio de São Cristovão, no Rio de Janeiro, foi a sua casa até à proclamação da república. O que lhe aconteceu depois é um mistério, sendo certo o seu regresso à Europa. A obra reaparece recentemente em França atribuída a Giuseppe Cades (Roma, 1750-1799) e felizmente Maria Teresa Caracciolo, autora de uma monografia de referência sobre a obra do pintor italiano e grande conhecedora da pintura portuguesa do período, identificou a Súplica de Inês de Castro como obra de Vieira Portuense. Através de um mecenas anónimo, o Estado Português garante a sua aquisição num leilão realizado em Paris a 28 de Junho de 2008 pelo valor de 210 mil euros. A obra pertence actualmente à colecção da Fundação Caixa Geral de Depósitos e encontra-se depositada no Museu Nacional de Arte Antiga através de um contrato de comodato celebrado entre aquela instituição e o Ministério da Cultura. Dito isto resta-me apenas sugerir vivamente a visita ao MNSR, onde podem ver esta obra em conjunto com outro trabalho do autor, Fuga de Margarida de Anjou, acompanhados de alguns esboços, antes que volte ao Museu Nacional de Arte Antiga. Depois só indo a Lisboa é que a podem ver. Boa visita!

domingo, 15 de novembro de 2009

Breve Sumário da História de Deus

Assisti ontem ao ensaio aberto do espectáculo "Breve Sumário da História de Deus", que estará em cena no Teatro Nacional S. João entre 20Nov a 20Dez. Este é o primeiro trabalho de Nuno Carinhas enquanto director artístico do TNSJ e parece ter acertado em cheio. Com um texto de fortes traços religiosos, enquadra-se perfeitamente na actualidade marcada pela recente polémica Saramago/Igreja e na época natalícia. O cenário aparentemente simples funciona na perfeição e o corpo de actores corresponde ao esperado, em especial o Lúcifer de serviço que estava excelente. Dispensava era a insistência nos rodopios. Ainda estou a tentar perceber qual era a ideia. No geral um bom espectáculo que recomendo, num estilo a que o TNSJ já nos habituou.


"Na hora de eleger o seu primeiro texto enquanto Director Artístico do TNSJ, Nuno Carinhas opta por regressar a Gil Vicente, depois de em 2007 ter organizado a extroversão de Beiras. A escolha incide sobre um auto de forte pendor religioso, escassamente frequentado por leitores e encenadores: Breve Sumário da História de Deus. Estreado na corte de D. João III “na era do Senhor de 1527”, o auto propõe um especioso mosaico de passos das Sagradas Escrituras – da Queda do Homem à Ressurreição de Cristo – e possui uma densidade retórica que, cruzando a exaltação lírica e o impulso satírico, amplia as potencialidades de representação muito para lá do mero intuito doutrinal. Da adoração de Abel à “voz que clama no deserto” de João Baptista, passando pelas provações de Job ou pelas profecias de Isaías, Vicente promove um casting bíblico para contar (usemos, para efeitos promocionais, o título de um dos blockbusters de Hollywood) a maior história de todos os tempos. Também habitado por figuras malignas e pelas alegorias do Mundo, do Tempo e da Morte, Breve Sumário da História de Deus revela-nos, afinal, a misteriosa condição de criaturas cuja desesperada humanidade se redime na esperança de Deus."

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

II Festival de Arte Contemporânea Finlandesa

Até ao dia 14 de Dezembro está patente ao publico na Galeria do Palácio o II Festival de Arte Contemporânea Finlandesa. Devo dizer que não ouvi falar do primeiro mas fiquei com alguma curiosidade sobre este e a visita proporcionou-se. Adianto que não fiquei muito impressionado com a mostra mas deu para encontrar alguns trabalhos interessantes. Quem passar nos próximos dias pelo Palácio de Cristal aproveite para visitar este espaço, com a exposição a ocupar os dois pisos da galeria. Fiquem com as imagens de alguns trabalhos.

(imagem superior)
elina aho - man with the black hat (série indentities) - 2008 - oil on canvas


arja krossbeck - detachment 1 - 2009 - pastel
elisa heinonen - dance - 2008 - acrylic on canvas


mari isotalo (holopainen) - sunflight - 2008 - oil on canvas
marjatta tolonen - siren is singing - 2009 - carborundum


mika vesalahti - flow - 2007 - acrylic & oil on canvas
mika vesalahti - mater - 2007 - acrylic & oil on canvas


pia saari - this is my child - 2008 - oil on canvas
sanna haimila - easy chair traveller - 2009 - oil & watercolour on canvas


seija sainio - quite old - 2009 - oil on canvas
seija sainio - so fifty - 2009 - oil on canvas


zamuel hube - giant on the beach - 2009 - oil on canvas
zamuel hube - little boy on the beach - 2009 - oil on canvas

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Bombarda - Inaugurações Simultâneas

É já no próximo sábado, 7 de Novembro, a próxima ronda de inaugurações simultâneas em Miguel Bombarda. Pela época em questão posso antever que aí vem mais um período de saldos, com as galerias a fazerem colectivas para que os generosos compradores, imbuídos de espírito natalício, possam escolher à vontade as prendinhas para os seus entes queridos. Por norma a escolha é facilitada com uma grande variedade de artistas representados e com preços medianos (à imagem de muitos dos trabalhos presentes). Por norma as inaugurações de Novembro são sempre as menos interessantes. Espero estar enganado este ano, mas sinceramente duvido. É a crise. É o actual estado do mercado de arte. Quem esteve presente na conferência do passado sábado "Que mercado para a arte em tempo de crise" pode validar essa sensação. Ali, a voz mais forte a se manifestar foi sem dúvida a de Albuquerque Mendes. O artista deve produzir. Ponto. A crise e o mercado que se danem. Quem quer produzir e expor consegue-o, nem que seja na rua.
O que se repete todos os "Novembros" em Miguel Bombarda só interessa às galerias que querem escoar os trabalhos em carteira e fazer mais algum dinheiro. Não creio que interesse ao artista, porque arte não se vende como hortaliça, nem aos compradores que encontram trabalhos de segunda linha. A ver vamos...

Já agora, porquê a insistência que encontro no cartaz na "arte contemporânea"? Se uma das galerias resolver apostar (uiii, a loucura) em arte moderna, naif, sacra, whatever, não o pode fazer? É banida do circuito? E pensando bem, será que todas as galerias que estão no circuito expõem arte contemporânea? Ou simplesmente arte?

Já agora, ponto dois. Onde anda a animação e as bebidas grátis espalhadas pelas galerias? Anda mesmo uma crise muito grande por aí... para arranjarmos um whisky ou um simples Porto temos que fazer meia maratona. Até a exposição mais simples faz questão num Porto de Honra. Onde pára a Famous Grouse??? Até pode ser a Cutty Sark... ou o J&B... ou o Johnnie Walker... enfim. Get the picture?

Pronto, não provoco mais... desculpem lá qualquer coisinha, como dizia o outro.