sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Saint-Étienne - Musée de la Mine

Curiosamente estive quase a não visitar este museu. Entre deslocações, de um lado para o outro, e algum cansaço estive quase a passar esta visita. Contudo estava eu sentado na sala de conferências do Museu de Arte Moderna a ver o filme "Crossover" de Pierre Coulibeuf e constato que afinal ainda conseguiria ver o filme todo, dar um salto à loja do museu, sair e chegar a tempo da última visita guiada no Museu da Mina de Saint-Étienne. Assim fiz. Ao chegar sou informado que não há visita guiada (enfim) mas que poderia fazer a visita audio-visual. É-me indicado um local para aguardar pelo funcionário e no espaço de alguns minutos sou guiado até um elevador (já de capacete na cabeça) e sinto-me descer durante largos momentos até à mina. À nossa espera, dois funcionários que me indicam o caminho até a um pequeno comboio de mina e me informam que devo acompanhar o vídeo explicativo que iria surgir em pequenos monitores ao longo do percurso. Com alguma curiosidade e gozo pelo ar "low-tech" da coisa, parti sózinho no comboio acompanhado apenas pelo funcionário que fazia avançar o comboio. Um pouco mais à frente explica-me que deveria avançar só, acompanhando os monitores, aqui um, outro um pouco mais à frente, depois um auditório, mais alguns monitores, e que poderia avançar mais rápido se o desejasse, ou então acompanhar o ritmo da apresentação que demoraria cerca de 40 minutos, num esquema circular. Aceitei as indicações e fui acompanhando o percurso com alguma preocupação misturada com o prazer de estar ali no fundo, sozinho, de capacete na cabeça e a ter que me baixar e desviar nalgumas zonas mais baixas e estreitas. Vou avançando, aproveitando para fotografar os espaços e imaginar todos os homens, alguns ainda rapazes, que trabalharam duramente naquele local. A experiência é muito boa. Desde a visita aos subterrâneos do Porto que não me metia numa aventura assim. Chegado ao fim da visita, o mesmo funcionário esperava-me para me transportar à superfície. Entro novamente no elevador, agora em sentido contrário, e passado um bocado emergimos à superfície. Pergunto a quantos metros de profundidade estivemos. Resposta cordial a informar-me que estivemos numa espécie de simulador apenas a uns 5/7 metros de profundidade. Embora todo o material lá colocado fosse real e tivesse sido de facto utilizado, a mina verdadeira estava a largas dezenas de metros abaixo do local que visitara antes. Fabuloso. Senti-me um patinho por ter caído naquela, mas não consegui deixar de apreciar o facto da coisa estar muito bem feita. Gostei do espaço e da simpatia dos funcionários. Talvez a melhor experiência em Saint-Étienne. Fiquem com as fotos.











Fotografia © Nuno Ferreira
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Photography © Nuno Ferreira
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