quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Sítio das Coisas Selvagens

Que belo começo de ano aqui para o aRT alonG the aGes. Hoje, depois de um exame de Gestão do Património, e um breve salto à Casa Oficina António Carneiro, apeteceu-me enfiar-me numa sala de cinema. Não podia ter feito melhor. A escolha entre as estreias do dia recaiu neste "O Sítio das Coisas Selvagens". Simplesmente fabuloso. Para começar, a banda sonora por Karen O and the Kids acompanha-nos do inicio ao fim do filme e é genial. Fez-me pensar no tempo em que eu vibrava com as "original sound tracks" dos filmes que via. Deixei-me disso nos últimos tempos, mas esta fez-me querer comprar o CD. Depois temos Max Records no papel de "Max", o protagonista do filme e único actor de carne e osso no ecran durante a maior parte do tempo. Uma interpretação segura, sem nada a apontar. Os "seres" que ele encontra numa ilha, o sítio das coisas estranhas, são realmente interessantes e após os primeiros minutos que necessitamos para nos habituar-mos a eles, um misto de muppets e animatronics, surgem-nos como seres reais, que respiram, que sentem, que amam e sofrem. Fazem-me querer que nunca se perca esta forma linda de fazer animação. O digital é fabuloso mas aqui sinto magia a acontecer. A relação destes "seres" com Max, não me parece ser mais do que um "loop" dos primeiros 10 minutos do filme e do que ele experimentou na "vida real". Mas isso só descomplica o filme e permite-nos baixar as defesas e viver a estória. Permite-nos criar uma relação de empatia com a complexidade de sentimentos e estados emocionais que precipitam-se para um "angst" crescente e a inevitável ruptura de forma a fazer-nos avançar e levar Max de volta a casa. O momento da partida de Max da ilha é sem dúvida emocionalmente gritante, em toda a acepção da palavra, e não resisti a permiti-me partilhar a dor daqueles uivos, num lamento profundo de Carol, uma das personagens fantásticas, que não é mais do que o espelho de Max naquele mundo. Emocionei-me e não tenho vergonha de o dizer. Resumindo, o filme é delicioso ainda que agridoce. No fundo é aquele "bitter-sweet" que eu gosto. Bem realizado, excelente fotografia, boa música, tudo bom. A não perder.



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