sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Porto - Jardim do Palácio de Cristal

Continuando a temática dos jardins é chegada a hora de falar um pouco do Jardim do Palácio de Cristal, tal como havia prometido aquando do post sobre o Jardim de Serralves. Pois então, no Palácio de Cristal, bem no centro do Porto junto ao Museu Soares dos Reis, Quinta da Macieirinha, Casa Tait, Solar do Vinho do Porto e Caminhos do Romântico, podemos desfrutar de um (vários para ser mais exacto) esplêndido jardim, cheio de espaços deliciosos, plantas e animais, um verdadeiro oásis num espaço urbano cada vez mais caótico. É claro que, para quem lê esta entrada no blog e não conhece a cidade nem aquele espaço, ler sobre o Palácio de Cristal e não ler nenhuma menção a um palácio pode ser estranho. Não é. O nome chega aos nossos dias depois dali ter existido, de facto, um palácio construído em granito, ferro e vidro, da autoria de Thomas Dillen Jones e inspirado no Crystal Palace londrino. Inaugurado em 1865, o Palácio de Cristal foi demolido em 1951 para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota, um dos maiores erros arquitectónicos cometidos na cidade do Porto, aliás, no país inteiro. E com isso não quero dizer que o actual Pavilhão Rosa Mota não seja, ele próprio, uma bela obra de arquitectura. Mas esta é uma questão para debatermos mais tarde.
Voltemos então à actualidade. A área ocupada pelo Palácio de Cristal engloba assim os jardins, o Pavilhão Rosa Mota, a Biblioteca Almeida Garrett (e respectivo Auditório e Galeria do Palácio), bem como uma série de estruturas de apoio às actividades educativas e lúdicas ali realizadas. Ao entrarmos no Jardim pelo portão principal imediatamente encontramos-nos num espaço amplo, ajardinado, com 3 fontes e várias peças de estatuária. Ao fundo é visivel o Pavilhão Rosa Mota e se cortarmos à direita chegamos facilmente à Avenida das Tílias e à agora existente Biblioteca Almeida Garrett. Percorrendo a Avenida das Tílias vamos ainda encontrar do lado direito a Concha Acústica, e do esquerdo o lago. Avançando mais um pouco e do lado direito, um belíssimo miradouro sobre o Rio Douro e a Ponte da Arrábida, e do esquerdo a Capela de Carlos Alberto da Sardenha, do qual já havíamos falado. Aqui, podemos avançar para os níveis inferiores do terreno. Como já tinha dito, este Jardim não é um jardim mas vários. Aqui podemos encontrar o Jardim do Roseiral, o Jardim das Plantas Aromáticas, o Jardim das Medicinais, o Jardim das Cidades Geminadas e o Jardim dos Sentimentos, onde se encontra a estátua "Dor" de Teixeira Lopes, isto sem contar com o Bosque , o Castelo e a Avenida dos Castanheiros-da-Índia. Ao percorrer todos estes espaços somos ainda surpreendidos por fontes, algumas retiradas dos seus locais de origem e ali conservadas, tais como o Fontanário dos Antigos Paços do Concelho que se situavam na antiga Praça Nova, a actual Praça da Liberdade, e a Fonte da Rua de S. Jerónimo, a actual Rua de Santos Pousada. E claro, não podia terminar sem comentar o que realmente ali merece destaque. As plantas e os animais. São inúmeros os exemplares de plantas e árvores que ali encontraram espaço para crescer, e, não existindo mais o mini-zoológico que ainda lembro vagamente (já em fase decadente), os animais que livremente deambulam pelo espaço aberto, patos, galinholas e garnisés, coelhos e pavões, todos fazendo companhia às já habituais pombas e gaivotas, presenças constantes da urbe invicta.



















Fotografia © Nuno Ferreira
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Photography © Nuno Ferreira
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